quarta-feira, 30 de junho de 2010

Passarinheiro

O pobre pássaro engaiolado
foi pelo passarinheiro aprisionado
em uma gaiola de vidro fraco mas reforçado
pagando pelo erro de voar baixo tão descuidado

Quanto mais tal ave tenta se libertar,
mais se fere, mais se prende,
só pode chorar

Quanto mais tal ave deseja a gaiola quebrar,
mais se fere, mais se prende,
só pode chorar

O tal passarinheiro, sujeito esperto e matreiro,
não se vende por favores ou dinheiro,
não se rende a doutores ou galhofeiros
nem se prende a amores interesseiros

O tal passarinheiro só irá a ave soltar
quando ela aprender direito a voar
com suas asas exalando aromas doces no ar,
quando ela aprender direito a voar
seguindo a verdade, sem nunca hesitar

Mario Sergio

terça-feira, 29 de junho de 2010

Os trapos humanos

Mortos existem aos montes
nas frias calçadas,
nas fontes salgadas
e sob as tristes pontes

São trapos humanos
Não têm sonhos, pesadelos
Não têm alegrias, nem zelos
Vivem como cães; sem planos

Quem por eles zela?
Quem por eles chora?
Quem a eles dá bola?
Quem a eles viera?

Mario Sergio

domingo, 27 de junho de 2010

Bolhas de sabão

Os sonhos são feitos do quê?
Arroz, feijão, bife e purê?

Não, não, não!
Os sonhos são feitos de bolhas de sabão,
que estouram assim que tocam no chão,
que estouram assim que tocam na mão.

Mas como uma criança quero com as bolhas brincar.
Elas são como folhas, dançam e giram no ar
encantando jovens e velhos quando estão a brilhar,
encantando até a mim, que não sou de sonhar!

Mario Sergio

Anjos

Dormindo todos somos anjos
De crianças a marmanjos,
todos somos anjos

De dia, uns sujeitos de almas frias
De noite, uns anjos sem agonias
Quem diria que a paz se instalaria
nos sujeitos de almas frias?

Dormindo todos somos anjos
De crianças a marmanjos,
todos somos anjos

Mario Sergio