Carne em putrefação
Em cima dos montes,
Na beira do mar,
Vagando tranquilamente pelos bosques
Carne em putrefação
Comprando seus lanches, roupas, adornos mil...
Virando algo ou outro o quê...
Médicos, advogados, faxineiros, garis...
Carne em putrefação
Planejando casórios, velórios, consórcios das Casas Bahia
E tomando aviões pra Londres, Paris...
Busões pra Belo Horizonte, Aparecida do Norte
Ou o bairro mais próximo. Ou lá no fim da cidade...
Carne em putrefação
Que nunca se percebe apodrecer
Pobre coitada que se sente imortal. Que se sente a tal...
Não vê que já chega, já chega o final. E se aproxima ligeiro
Mais uns segundos, minutos, horas, dias, meses, anos e tchau
Mario Sergio
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Tão...
Tão doente que o cheiro vaza da carne em necrose
Em nauseantes vapores de desespero e dor
Tão absolutamente irritado que um grão de poeira
Toca o chão e faz um terremoto oito escala Richter
Tão enojado de si mesmo que o próprio reflexo causa vômitos
E as buscas interiormente revelam câmaras cheias de ratos e baratas
Tão amargamente cansado que nem procura mais alívio,
Não há mais travesseiro que o embale nas noites de sombra
Tão acostumado à escuridão que ela se tornou seu habitat
Natural ou sobrenatural... Ele caminha passos enegrecidos
Mario Sergio
Em nauseantes vapores de desespero e dor
Tão absolutamente irritado que um grão de poeira
Toca o chão e faz um terremoto oito escala Richter
Tão enojado de si mesmo que o próprio reflexo causa vômitos
E as buscas interiormente revelam câmaras cheias de ratos e baratas
Tão amargamente cansado que nem procura mais alívio,
Não há mais travesseiro que o embale nas noites de sombra
Tão acostumado à escuridão que ela se tornou seu habitat
Natural ou sobrenatural... Ele caminha passos enegrecidos
Mario Sergio
Cicuta
Um gole de cicuta pra ver se encurta
O curta-metragem que me está à frente
Dez minutos já é entediante suficientemente
Só um gole, nada mais. Que desça ardendo
Por favor, nada de veneno fino,
Quero um que desenrole logo esse destino
Que teima em me importunar
Mario Sergio
O curta-metragem que me está à frente
Dez minutos já é entediante suficientemente
Só um gole, nada mais. Que desça ardendo
Por favor, nada de veneno fino,
Quero um que desenrole logo esse destino
Que teima em me importunar
Mario Sergio
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